A problemática do amianto

  Será o amianto dos edifícios privados menos prejudicial que o dos edifícios públicos? Serão as enfermidades causadas por este agente químico apenas prejudiciais aos trabalhadores com exposição directa e declarada a materiais que contenham amianto? O ISQ esteve presente no 4º Fórum do Amianto e 2º de Substâncias Perigosas realizado no passado dia 23 de Outubro, no ISLA em Vila Nova de Gaia. Neste fórum foram debatidas questões como a diferenciação existente em termos legislativos no que toca à obrigatoriedade de identificação dos materiais com amianto na sua constituição existentes em edifícios públicos vs. edifícios privados, e na necessidade de alargar esta obrigatoriedade de identificação e consequente avaliação de risco a todos os edifícios existentes em território nacional. A existência de doenças provocadas pela inalação de fibras de amianto, como o mesotelioma maligno, não estão associadas ao grau de exposição ocupacional mas sim à simples exposição. É necessário realizar a verificação exaustiva de todos os edifícios para recolha de amostras sólidas de materiais suspeitos de conter amianto na sua constituição e, em caso da presença de fibras de amianto, classificar o seu potencial de libertação de fibras e realizar amostragens de ar para respectiva quantificação. Apenas após realização deste estudo se poderão estabelecer prioridades de intervenção e escolha de quais as melhores soluções a adoptar, entre conservação e manutenção (com respectivo controlo periódico de fibras no ar), encapsulamento (não sendo esta uma solução final e implicando igualmente o respectivo controlo periódico) ou mesmo remoção dos materiais. O ISQ tem experiência nesta área da avaliação de risco de exposição a amianto, tanto ao nível de edifícios públicos (nomeadamente escolas) e privados, como no acompanhamento de obras de remoção de materiais com amianto (antes, durante e após trabalhos efectuados).  

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