Formação para a aeronáutica: qualificar para o futuro
O setor aeronáutico é reconhecido, tanto na Europa como a nível mundial, como um setor de elevada inovação tecnológica e grande interesse estratégico para a economia e o emprego. Para além das inovações tecnológicas e das mais-valias reais que gera, impulsiona uma “onda de negócio” que dinamiza outros setores orbitais, com impacto significativo no emprego local, no desenvolvimento regional e na economia circular.
Este fenómeno verifica-se por toda a Europa, desde França e Itália até Portugal, onde a implantação das fábricas da Embraer, um investimento de 177 milhões de euros, representou um marco decisivo na projeção do país para o mercado internacional da aeronáutica e, paralelamente, para o setor do espaço.
Oportunidades e Transformação do Mercado Nacional
A entrada de Portugal no mercado aeronáutico internacional levou diversas pequenas e médias empresas (PME) a redirecionar o seu foco para este setor, tornando-se tecnologicamente inovadoras e altamente competitivas. Atualmente, existem oportunidades de trabalho em várias regiões do país em empresas que atingiram níveis de excelência nas mais diversas áreas, como:
- Controlo de qualidade e testes
- Materiais e compósitos
- Qualidade do ar (onde o ISQ opera a nível internacional)
- Ecodesign e sustentabilidade
- Couros e estofos aeronáuticos
- Manutenção de aeronaves
- Desenvolvimento e fabrico de produtos aeronáuticos
- Estruturas aerodinâmicas
Os Grandes Desafios do Cluster Aeronáutico Português
O cluster português da aeronáutica e espaço já integra os desafios mais exigentes do setor, assentes nos princípios da redução de peso, melhoria de performance e aumento da eficiência, com o objetivo de reduzir custos e diminuir a pegada ambiental.
Neste sentido, as empresas portuguesas têm participado e até liderado soluções inovadoras que sustentam grandes avanços na indústria e nos serviços aeronáuticos. Para manter este nível de competitividade, torna-se fundamental assegurar uma força de trabalho qualificada, desde o nível 3 ao nível 7 do Quadro Europeu de Qualificações, com formação específica para as necessidades de cada empresa.
O setor aeronáutico e aeroespacial exige talentos especializados e inovadores, muito para além do tradicional Técnico de Aeronáutica ou Engenheiro Aeroespacial.
Expansão do Tráfego Aéreo e a Necessidade de Mão de Obra Qualificada
As projeções indicam que o tráfego aéreo crescerá, em média, 4,7% ao ano, exigindo a produção de 29.220 novas aeronaves, mais modernas, confortáveis, eficientes e sustentáveis. Trata-se, assim, de uma enorme oportunidade de inovação, negócio especializado e criação de emprego em diversas áreas, incluindo Portugal.
Estudos realizados pelo Centro de Estudos Europeus para a Formação (Cedefop) e pela Universidade de Antuérpia identificaram desafios críticos:
- Existe um grande défice de competências face às necessidades das empresas. Mais de 38% das empresas europeias não encontram técnicos qualificados e, no setor aeronáutico, este número sobe para 58%.
- O setor da aeronáutica emprega atualmente 2,6 milhões de pessoas na Europa, prevendo-se que ultrapasse os 3 milhões nos próximos anos, distribuídos por produção, aeroportos, aviação e manutenção.
- As áreas mais afetadas pela falta de qualificação incluem mecânica e mecatrónica, materiais compósitos, metrologia, testes, ensaios e controlo de qualidade.
Além disso, há um défice de competências transversais essenciais para a empregabilidade e evolução de carreira, como:
- Resolução de problemas
- Trabalho em equipas multidisciplinares
- Empreendedorismo e inovação
- Competências verdes e economia circular
Formação e Qualificação para aeronáutica: O Papel de Portugal
Portugal iniciou a formação para o setor aeronáutico, sobretudo ao nível 4, através do IEFP. O ensino universitário também se destaca, principalmente nas áreas da engenharia mecânica.
Contudo, para que o país possa crescer e inovar, é necessário um modelo de formação alinhado com as melhores práticas europeias, sustentado por infraestruturas modernas, espaços de formação prática e equipamentos de última geração.
Em França, por exemplo, existem 16 referenciais de qualificação específicos para o setor da aeronáutica, com um forte investimento em formação contínua e parcerias com empresas e entidades regionais.
As Respostas do ISQ para a Formação no Setor Aeronáutico
O ISQ tem apostado fortemente na formação contínua e avançada, ajustada às necessidades reais das empresas. O seu objetivo é capacitar e certificar profissionais, através de cursos especializados e workshops, tais como:
- Manutenção aeronáutica
- Movimentação mecânica de cargas
- Planos de emergência e segurança
- Simulacros e medidas de autoproteção
- Soldadura e tecnologias de ligação
- Ensaios não destrutivos
- Metrologia e tecnologias de materiais
- Balanced Scorecard aplicado ao setor aeronáutico
Além da formação técnica, o ISQ colabora com diversas entidades representativas do setor em Portugal, como Embraer, OGMA, PEMAS, AED, Ana Aeroportos e INAC, promovendo projetos de Investigação & Desenvolvimento (I&D).
O instituto tem também trabalhado com o IEFP na modernização dos espaços de formação aeronáutica, garantindo maior flexibilidade e adaptação às exigências do mercado.
Um Setor em Crescimento: Oportunidades para Portugal
Portugal tem todas as condições para potenciar o crescimento deste setor estratégico, criando uma força de trabalho inovadora e sustentável. Para isso, é essencial reforçar a cooperação entre centros de formação, empresas, autoridades e centros de investigação.
O setor aeronáutico representa uma excelente oportunidade para consolidar parcerias estratégicas, promovendo investimento em formação certificada, inovação tecnológica e crescimento sustentável.
Preparar Portugal para o Futuro da Aeronáutica e Espaço
A experiência internacional do ISQ no setor aeronáutico e aeroespacial revela que muitas das competências essenciais são comuns a ambos os setores, abrindo novas oportunidades de crescimento.
A formação para a aeronáutica cria bases sólidas para o setor aeroespacial, que está em plena expansão e irá integrar novas áreas como telecomunicações, controlo de qualidade, interoperabilidade e ensaios tecnológicos.
Se trabalharmos de forma coordenada entre empresas, centros de formação e autoridades públicas, poderemos criar um ecossistema robusto de formação e qualificação para este setor de elevada exigência.
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