AdobeStock 246081885

ISQ investe cerca de 5% a 7% do volume de negócios em projetos de I&D

A aposta do ISQ na área da investigação & desenvolvimento vem desde a sua formação, sempre aliada a uma forte componente de inovação. A aposta reforçou-se nos últimos anos e isso é visível na posição alcançada no panorama tecnológico do país.

A maior infraestrutura tecnológica do país, o ISQ aposta nas áreas de Investigação & Desenvolvimento desde a sua génese, o que é visível no investimento feito nesta área, salienta o administrador responsável pela Direção de Investigação & Desenvolvimento e Inovação. Esta Direção baseia-se numa “forte componente de inovação, orientada para o cliente/mercado, com resultados concretos e impacto na oferta de valor”, destaca António Correia da Cruz. Evidenciando uma forte diferenciação tecnológica, o ISQ firmou-se como um “parceiro de confiança, preparado para os desafios do futuro”.

Como contextualiza o I&D na estratégia do ISQ?

A Investigação & Desenvolvimento e Inovação (I&Di) é desde sempre considerada como fundamental para o desenvolvimento de conhecimento e competências, contribuindo desse modo para a oferta de valor do ISQ e para
o aumento da sua competitividade, quer a nível nacional quer internacional. Desse modo, o modelo de I&D em implementação no ISQ é baseado numa forte componente de inovação, orientada para o cliente/mercado, com resultados concretos e impacto na oferta de valor.

Que raízes tem o ISQ nesta área?

Desde a sua origem, logo na primeira década de existência (1965 – 1975), que o I&D e a Inovação fazem parte
da estratégia de desenvolvimento do ISQ, fortemente influenciada pelo Engº Salgado Prata, primeiro Diretor Geral do então IS, Instituto de Soldadura. Na altura, impulsionou o desenvolvimento do conhecimento e capacitação através de diversos projetos que visaram a introdução de processos de soldadura inovadores e a otimização da soldabilidade de diversos materiais. Mais tarde, na sequência da adesão à União Europeia, o apoio do PEDIP foi decisivo para o crescimento do ISQ e, em particular, da sua área de I&D. Isso permitiu equipar laboratórios com equipamentos essenciais à investigação e desenvolvimento, possibilitando a participação num grande número de projetos nacionais e europeus.

A entrada na União Europeia foi um fator decisivo na aposta que estava a ser feita ao nível do I&D?

A abertura ao mercado europeu contribuiu para um enorme desenvolvimento técnico-científico, mas também para a capacitação de quadros técnicos. Desse modo, contribuiu para a transferência de tecnologia e apoio às empresas e PME nacionais e ainda para aumentar a competitividade da oferta de valor do ISQ no mercado nacional, mas também internacional.

A ligação às empresas foi também determinante para a área de I&Di do ISQ?

A participação do ISQ nos vários projetos de I&D contou, na sua maioria, com o envolvimento de empresas portuguesas, visando sempre uma partilha de conhecimento, endogeneização e validação dos resultados dos projetos desenvolvidos. Esta participação, em diversos setores ou áreas tecnológicas específicas, marcaram sempre de alguma forma a atividade tecnológica e diferenciada do ISQ, seja na capacitação interna para novos mercados (e.g Aeronáutica e Espaço), criação de empresas e divulgação de novas áreas tecnológicas (e.g. processamento por laser e jato de água), promoção de novas tecnologias para indústrias específicas (e.g. O&G, Energia e indústria do Processo), apoio à indústria na adaptação tecnológica resultante da implementação de Diretivas Europeias ou na sustentabilidade e economia circular da indústria.

O ISQ tornou-se um player incontornável na área de I&D e também ao nível da inovação?

O resultado de mais de 50 anos de uma atividade de apoio à indústria suportada numa diferenciação tecnológica fez do ISQ um parceiro de confiança, competente e rigoroso, preparado para os desafios do futuro cada vez mais complexos e específicos, oferecendo soluções à medida para a competitividade das organizações e do tecido empresarial nacional.

Que parceiros estratégicos estão a aliar-se ao ISQ neste desafio de inovação?

Esta participação alargada e diversificada nos programas de I&DT europeus ao longo de mais de 30 anos permitiu contactar com centenas de entidades científicas, centros de investigação, universidades, empresas de inspeção, de projeto, produtores de materiais, fabricantes de equipamentos.

Isso deu lugar a uma rede de excelência de apoio e colaboração no desenvolvimento tecnológico de soluções de interesse industrial, bem como de competências que hoje são disponibilizadas pelo ISQ na sua qualidade de Infraestrutura Tecnológica de interesse estratégico e Centro de Interface e que se tem revelado como um dos fatores de sucesso do ISQ.

Que peso ganhou o ISQ no panorama nacional em termos de investimento em I&D?

Para além de ser uma instituição sem fins lucrativos de Utilidade Pública, o ISQ é uma instituição não empresarial do sistema científico nacional, que ao longo dos mais de 50 anos de existência se tornou na maior infraestrutura tecnológica do país e reconhecida como CIT, Centro de Interface Tecnológico.

O ISQ investe há vários anos, cerca de 5% a 7% do seu volume de negócio em projetos de I&D, tem em curso cerca de 60 projetos e possui uma Unidade de I&D reconhecida pela FCT, que atualmente integra 14 doutorados. A Direção de I&Di do ISQ incorpora 49 quadros técnicos e, para além dos 14 doutorados mencionados, tem prevista a contratação nos próximos três anos de mais 14 doutorados no âmbito do Programa Interface.

Este será um contributo significativo para o reforço do desenvolvimento técnico-científico que permite o apoio às empresas e PME nacionais em diversas áreas, como a o Fabrico Aditivo, Sistemas Digitais e Inteligência Artificial,
Realidade Aumentada, Baixo Carbono e Eficiência de Recursos.

Estão a ser dados os incentivos certos em Portugal para fomentar o I&D nas empresas nacionais?

De um modo geral, embora com alguns atrasos, existem vários programas com um leque alargado de incentivos ao reforço das capacidades de investigação e inovação empresarial que promovem a interação das empresas com os demais atores do sistema científico nacional, Universidades, Centros de I&D, entidades de Interface e entidades não empresariais, como é o caso do ISQ, que tem participado em diversos desses programas através do desenvolvimento de projetos de I&D e transferência de conhecimento e tecnologia com várias empresas nacionais.

Enquanto Centro de Interface Tecnológico, considera-se particularmente relevante o apoio ao investimento no conhecimento, através da fixação de recursos humanos qualificados promovido pelos programas de Emprego Científico e de Contratação de quadros altamente qualificados. Esta é uma aposta do ISQ com vista à consolidação e desenvolvimento técnico-científico, que será fundamental para a missão de apoio e transferência de tecnologia para as empresas nacionais e ainda a base para o seu próprio desenvolvimento e competitividade a nível internacional.

Também lhe pode interessar