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O caminho incontornável da digitalização

Inovação, Indústria 4.0, Tranformação Digital

A ERA DA 4ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL VAI ESTENDER-SE A TODOS OS MERCADOS, INDÚSTRIAS, SETORES E EMPRESAS. A DIGITALIZAÇÃO E A CRIAÇÃO DE SISTEMAS INTELIGENTES SÃO FACES VISÍVEIS DESTA NOVA REALIDADE PARA A QUAL A SOCIEDADE PORTUGUESA E TAMBÉM O ISQ – TÊM DE SE PREPARAR.

POR Blandina Costa

A digitalização já hoje

A água tem estado em destaque na atualidade portuguesa pelos piores motivos. O país atravessou uma seca com todas as consequências que isso acarreta e as questões da gestão eficiente deste bem estão mais presentes do que nunca. E se fosse possível criar um sistema capaz de prever os consumos, ajustar caudais ou antecipar faltas de água?

Foi precisamente para encontrar resposta a estes desafios que o ISQ se associou ao projeto LIFE SWSS, uma plataforma digital de gestão e apoio à decisão dos operadores garantindo uma gestão mais eficiente da água. Partindo da análise de grandes quantidades de dados e utilizando técnicas de inteligência artificial, determinam-se padrões e encontram-se pistas sobre acontecimentos iminentes relacionados com o abastecimento e consumo de água capazes de evitar problemas no futuro.

LIFE SWSS – Smart Water Supply System

Liderado pelo ISQ, o projeto visa demonstrar uma plataforma digital inovadora de gestão e tomada de decisão que, através de modelos de simulação, previsão e otimização, dá apoio à operação de Sistemas de Abastecimento de Água (SDA). O LIFE SWSS pretende dar resposta ao problema da eficiência de redes de abastecimento de água, que causa impactos significativos devido à enorme quantidade de energia consumida, as emissões de GEE associadas e fugas de água.

agua consumo

O projeto LIFE SWSS é um exemplo de como criar sistemas mais eficientes, neste caso ligado ao setor das águas, área onde outro projeto do ISQ está também a ganhar forma, o WaterWatt. Mas estes são apenas dois exemplos de como poderemos viver em plena era da 4ª Revolução Industrial, onde a digitalização e a criação de sistemas inteligentes se vai estender a todos os mercados, indústrias, setores e empresas.

“O DIGITAL NÃO É UMA ESCOLHA QUE PODEMOS FAZER OU NÃO. É ALGO QUE ESTÁ A ACONTECER (…) É O SUPORTE DE TODAS AS ATIVIDADES ECONÓMICAS E ESTÁ A MUDAR TUDO”.

À semelhança da água, os sistemas energéticos, a agricultura, a indústria automóvel, a reutilização de materiais, a indústria aeroespacial ou a economia ligada ao mar são setores onde a transformação já está a ter lugar. São também áreas onde o ISQ está a dar o seu contributo, encarando este como um dos seus grandes desafios para o futuro

“A digitalização não é uma moda, vai perdurar e atravessar toda a sociedade, todos os setores, todas as empresas”, afirma o presidente do ISQ, Pedro Matias, garantindo que o instituto já está a “trilhar este caminho”.

UM FUTURO QUE COMEÇA A ESTAR PRESENTE

Em várias esferas do nosso dia a dia, esta realidade começa já a estar presente e a ter forma em várias expressões que passaram a entrar no léxico mais comum, como big data, internet of things, 3D printing ou machine2machine. Na verdade, são as pontas de um iceberg que traz consigo uma grande mudança na forma como trabalhamos, produzimos, vendemos e até pensamos.

Fazem parte de um processo de digitalização generalizado e para o qual não há escolha, como afirmou o ministro da Economia.

Na abertura do Portugal Digital Summit, Manuel Caldeira Cabral, frisou que “o digital não é uma escolha que podemos fazer ou não. É algo que está a acontecer (…) é o suporte de todas as atividades económicas e está a mudar tudo”.
Este processo de digitalização está a tornar-se visível em Portugal: 73% dos portugueses utilizam a internet e já mais de 30% faz compras online, segundo dados de um estudo anual da ACEPI – Associação da Economia Digital e da IDC. Ainda assim, Portugal está abaixo da média europeia no grau de maturidade digital, numa lista
que é encabeçada pelos países nórdicos.

Mas considerados preocupantes pela ACEPI são mesmo os dados relacionados com a digitalização das empresas nacionais: apenas 39% tem presença na internet. “Há 60% das empresas que não têm sequer website. Ou seja, é como se não existissem”, alertou Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI, referindo-se às pequenas empresas.

Um outro estudo, o Barómetro Human Resources, mostra na sua 12ª edição que as empresas não se sentem de facto preparadas para 4ª Revolução Industrial. Segundo o painel de inquiridos, 55% das empresas dizem estar mal preparadas e apenas 22% dizem estar “preparadas”. Nenhuma disse estar “completamente preparada” ou sequer “bem preparada”.

A APOSTA NA INDÚSTRIA 4.0

Precisamente para contrariar este cenário, vários são os projetos que estão em curso para ajudar neste esforço de digitalização e que foram lançados no âmbito do Plano Nacional de Reformas (ver caixa) apresentado pelo Governo.

Um dos projetos, a Indústria 4.0, visa levar a digitalização a todos as fases que fazem parte do processo produtivo de uma empresa, indo muito mais além de uma presença digital, como explica a Secretária de Estado da Indústria em entrevista.
“A digitalização não se expressa apenas na construção de uma página web ou do reforço do comércio eletrónico mas, nas fábricas, tem um papel fundamental na eficiência e otimização dos processos produtivos”, refere Ana Lehmann, reforçando que “as medidas da Indústria 4.0 visam apoiar a digitalização de todo o tipo de empresas e em diferentes momentos de modernização: de serviços ou da indústria transformadora.”

AS EMPRESAS PRECISAM DE REVOLUCIONAR A FORMA COMO ESTÃO ORGANIZADAS E COMO OPERAM PARA
SOBREVIVEREM À ONDA DE FORTES MUDANÇAS.

O caminho a percorrer para estarmos em plena 4ª Revolução Industrial ainda é longo, tendo em conta a descrição do Professor Arlindo Oliveira, diretor do Instituto Superior Técnico (IST) e autor do livro Mentes Digitais: A Ciência Redefinindo a Humanidade (ver pág. 24). Esta será a altura em que falaremos com os computadores como falamos com pessoas e em que os computadores vão começar a tratar de partes da nossa vida por nós, como fazer as compras ou arrumar a casa. Segundo o Professor Arlindo Oliveira, as pequenas empresas e o ambiente empreendedor estão a posicionar-se bem, a prestar atenção às tendências e, de maneira geral, a usar as novas tecnologias.

Já as grandes empresas estão provavelmente mais atrasadas e precisam de fazer ainda um grande esforço de mudança, diz o presidente do IST.

O DESAFIO DA QUALIFICAÇÃO

Para que isso aconteça há um fator crítico: a qualificação dos recursos humanos, como constata a Secretária de Estado da Indústria. “Um dos grandes desafios que muitos empresários, associações e clusters com quem tenho dialogado mais referem é a falta de recursos humanos qualificados para trabalhar na indústria”, salienta Ana Lehmann.

A Secretária de Estado da Indústria conclui, assim, que é urgente apostar em iniciativas de formação orientadas para a indústria e para as necessidades concretas das empresas. Mais do que isso, refere que “é necessário aproximar os jovens da indústria, fazê-los sentir que trabalhar numa fábrica é prestigiante e que a indústria oferece carreiras sólidas e especializadas.”

Este é um esforço, diz, Ana Lehmann, que tem de partir das empresas, “investindo, adaptando e formando os seus recursos humanos para dar resposta aos novos desafios”. Só assim será possível criar novas competências e gerar novas mentalidades.

Mas só isso não basta. Depois, será necessário as empresas revolucionarem a forma como estão organizadas e como operam para sobreviverem a esta onda de fortes mudanças.

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